E aí pessoal! Neste fim de semana, 30 de Julho de 2016, rolou o Gygax Day Brasil em Belo Horizonte e estamos aqui para fazer um breve reporte da sessão.
Como já havíamos comentado, nós recebemos o privilégio de termos uma mesa no evento e narramos a aventura The Vault of The Drow, uma épica aventura de Gygax, originalmente criada para AD&D e adaptada para o premiado Dungeon World. Como alegria pouca é bobagem, a Secular, editora que trouxe o jogo para o Brasil, nos deu o maior apoio e nos agraciou com uma cópia do jogo para sortearmos entre participantes de nossa mesa. Valeu Secular!
Seu grupo de aventureiros se encontra em um submundo de cavernas intermináveis. Que perigos os esperam nesse submundo?
Como membro de um grupo de ousados aventureiros, você e seus companheiros viajaram para o que parece ser um submundo inteiro de túneis subterrâneos – artérias conectadas a cavernas intermináveis, tal qual colmeias fundadas muito abaixo da superfície.
Superando ratos atrozes, devoradores de mente, hordas de criaturas criadas na escuridão e seus lacaios, você e seu grupo conseguiram atravessar um vasto rio subterrâneo e chegar numa imensa caverna de fungos fluorescentes. Em um entroncamento você checa o seu mapa, artefato que custou quase a sua própria vida para se conseguir, ele indica que ambas passagens podem ser seguidas para alcançar, o que todos supõem ser, o lar dos Elfos Negros.
O mapa mostra a rota que segue pelo corredor estreito como a mais rápida, mas certo que será muito perigoso devido ao seu grau de confinamento. Será este um risco menor do que aquele que enfrentaremos se adentrarmos pelo outro túnel que leva para uma floresta de cogumelos gigantes? Seu grupo deverá decidir, qual caminho irão seguir para atingir seu propósito declarado de trazer fim a ameaça dos Elfos Negros. E então, o que fazem?”
Em nossa mesa tivemos o prazer de contar com 5 fantásticos jogadores e jogadoras, que permaneceram conosco por todo o evento, contabilizando quase 5 horas de jogo. Dos jogadores, 3 nunca haviam jogado DW antes, logo, tivemos o cuidado de explicar as regras e cada etapa para que entendessem um pouco do design do jogo.
Como jogamos uma aventura de Gygax, fizemos algumas pequenas adaptações para que conseguíssemos a experiência de estar jogando The Vault of The Drow. Para essa adaptação utilizamos o Apêndice 3 – Convertendo Aventuras do Dungeon World. O processo de adaptação foi bem simples, li a aventura por completo uma vez, fiz algumas anotações do que achei importante para a trama, como o nome de locais importantes, personalidades importantes e itens mágicos específicos. E fui para a mesa de jogo com essas ideias de cenas da aventura original na cabeça.
Primeiramente deixei que todos escolhessem seus personagens e expliquei o que cada um deles fazia. Depois, como uma dinâmica de quebra-gelo pedi que cada um se apresentasse e contasse um pouco sobre si, fiz algumas brincadeiras e perguntas neste momento para descontrair e tentar verificar alguns pontos que poderia explorar ao longo do jogo. Por exemplo, se uma pessoa era muito tímida seria essa que eu iria tentar pressionar na aventura com algum clima difícil, se houvesse um mestre de RPG das antigas seria para ele que eu iria perguntar a respeito de algum mistério ou maldição. Isso foi muito útil.
Depois que todos escolheram seus personagens fiz uma breve introdução, apresentando como funcionava a mecânica de rolagem de dados, a narrativa compartilhada e sobre do que se tratava a aventura. Informei que iriamos viver nossa aventura num mundo subterrâneo governado por Elfos Negros – Drows, expliquei um pouco da ecologia e geografia do lugar e um pouco sobre a sociedade Drow. Tudo de forma bem solta. Esta foi a única diferença de outras mesas de DW, neste caso, eu dei um cenário de chegada e algum material para poder inspirar os jogadores na criação dos personagens. O restante do processo de criação dos personagens foram todos direcionados com base no Capitulo 3 – Criação de Personagens. No momento da criação fiz algumas perguntas a respeito dos objetivos dos personagens e isso me deu suas motivações e os inimigos que deveríamos enfrentar.
O jogo correu solto após isso! De cara, fiz uma descrição sobre o Vault tentando explicá-los a beleza do lugar e como era uma espécie de grande complexo subterrâneo com cristais de cores que variavam do lilás, purpura, ocre e azul. Espalhados por toda parte musgo e líquens de cores que variavam do verde fluorecente, vermelho vivo até o rosa choque. Um lugar com uma pegada sombria e ao mesmo tempo psicodélica. Após isso, fomos direto para a ação! Onde os personagens foram emboscados por um grupo de Trogloditas sedentos por sangue!
- Vitus – O Mago (Humano)
Vitus era um nobre da Casa de Fenfamil do reino humano da superfície, por sua beleza e juventude sua família orquestrava um casamento arranjado com uma donzela de outra família nobre. Porém Vitus era um garoto que não se preocupava com estas frivolidades. Agraciado com o dom de falar com mortos, Vitus descobriu Amon – um espírito de um antigo mago – que logo tornou-se seu mestre. Seduzido pelas promessas de poder de Amon, Vitus começou a tecer seus primeiros feitiços. Porém Vitus começava a perceber que Amon estava querendo lhe manipular, após uma discussão Amon castigou o jovem mago, roubando-lhe toda sua energia vital e tornando Vitus num velho decrépito e aleijado. Relegado por sua família e entregue a própria sorte, Vitus se resignou e aceitou seu destino como um aprendizado. Agora, Vitus deseja recuperar seu status de importância e se tornar melhor que seu antigo mentor. Ele viajará para o mundo subterrâneo pois deseja se apossar do Aracnomicon, um livro antigo de magia, escrito pelas próprias garras de deusa dos Elfos Negros, Lolth. De posse do Aracnomicon ele teria o poder que tanto almeja.
- Kamissi, A Invencível – A Bárbara (Elfa)
Vinda de uma terra distante, conhecida como Terras Antigas, de clima frio e cidade populosas, nossa heroína quando pequena foi entregue ao imperador Alexandriu III – O Conquistador. Crescendo em meio a batalhas e as histórias de conquistas de seu imperador Kamissi forjou seu caráter e força tal qual uma espada é forjada por um hábil ferreiro. Quando chegou o momento, o imperador a enviou ao Território das Dunas para que ela pudesse, sozinha, conquistá-lo. Quando a bárbara retornou com exito de sua tarefa, recebeu do próprio imperador o título de “A Invencível”.
Tempos depois, o imperador soube de rumores a respeito de uma entidade que poderia ser libertada pelos elfos sombrios do submundo. Então, decidiu que os Drows deveriam ser derrotados e seu território conquistado. Marchou com seu exercito para o submundo decidido a conquistar tudo para si. Surpreendidos por um ritual profano dos elfos negros, o exercito de Alexandriu III foi atacado brutalmente, quando Kamissi viu-se envolva em uma luz estranha perdeu os sentidos. Quando despertou, notou que ainda estava no mundo subterrâneo. A sua volta, restos mumificados à várias gerações de algum exercito derrotado. Uma analise mais apurada revelou que tratava-se do exercito de seu senhor. Algo havia poupado Kamissi e transportado ela para um futuro distante. Agora ela busca entender o que aconteceu e trazer fim a ameaça dos Elfos Negros, honrando o nome de seu imperador.
- Gwyneth – A Ranger (Elfa)
Criada num pequeno vilarejo humano, esta pequena elfa negra sempre causou confusão, praticando pequenos delitos e preocupando muito seus pais adotivos, Amora e Jonai. Apesar de não ser má, ela sempre trouxe problemas para a pequena vil, de tal maneira que aos 16 anos, no auge de sua rebeldia, resolveu deixar o vilarejo humano e buscar abrigo no coração da floresta. Foi então que conheceu o casal de senhores que moravam na floresta, o velho Emory e a druida Kya. Certo dia, o vilarejo humano estava sendo atacado por um grupo de Elfos Negros, um homem perverso conhecido como Brutus – O Destruidor, escravizou o povo, assassinou Emory e enfeitiçou Kya, deixando-a permanentemente no estado animal de loba. As duas amigas, Gwyneth e Kya, partem para o submundo na esperança de resgatarem os pais adotivos de Gwyneth e conseguir poder para fazer com que Kya volte ao normal.
- Aegor – O Druida (Elfo)
Aegor, filho de Taegor não é um elfo negro comum, mesmo nascido em uma das famílias mais tradicionais da cidade dos elfos negros Erelhe-Cinlu, seu aspecto causou estranhamento desde seu primeiro dia de vida. Ao invés de possuir uma pele escura, olhos cor de lilás e cabelos brancos, o elfo nasceu com pele e olhos claros e seus cabelos da cor de ouro. Imaginando que seu nascimento representasse uma afronta a deusa Lolth, por se assemelhar a Correlon o Deus dos Elfos da superfície, foi entregue à Alta Sacerdotisa Vairana. Por anos Aegor foi torturado. Conforme entendia seus poderes de metamorfose o druida se tornava cada vez mais poderoso, até que conseguiu escapar de da cidade de Erelhe-Cinlu e fugir para a superfície. Vairana ordenou a seu tio, Brutus – O Destruidor, que o trouxesse de volta. Agora nosso herói está de volta à sua terra natal e busca se vingar por toda dor que o causaram e entender por que realmente ele nasceu diferente.
- Shenks – O Ladrão (Humano)
A história de Shenks começa com um garoto de rua de mente inquieta, mãos rápidas e linguá afiada. Desde cedo Shenks aprendeu a viver sozinho nas ruas de uma cidade grande do reino humano da superfície. Logo, suas habilidade foram notadas por um figurão do crime chamado Rambow, O Ruivo. Líder da Guilda dos Ladrões, Rambow recrutou o garoto logo que percebeu que poderia usar sua habilidades para encher seus bolsos com algumas moedas. Atento as ótimas oportunidades Shenks viu que uma parceria com um clã de ladrões poderia lhe servir de trampolim para ações mais ousadas e lucrativas. Sabendo que um grupo de aventureiros iriam se aventurar nos reinos subterrâneos dos elfos negros, o ladrão se recorda da lenda de uma adaga mágica que possui a habilidade de prever o futuro. Este tesouro, se os boatos estiverem corretos, estaria escondido entre as pilhas de ouro e joias que os elfos negros guardavam em seus templos luxuosos. Shenks quer a adaga mágica para si e resolveu partir com esse grupo para os confins da terra para adquiri-lo, afinal, quanto maior o risco maior o lucro!
É isso aí pessoal, curtimos muito o evento, as pessoas legais que conhecemos e os brindes!!! E esperamos sequiosos pelo próximo ano, pois a mesa de DW deu tão certo que a organização do evento renovou nosso contrato!!! É a Torre do Mago contribuindo para a difusão de jogos narrativos legais na cena RPGista de Belo Horizonte!!
Gostaríamos de agradecer especialmente aos participantes:
- Andre Guilherme;
- Arthur Rocha;
- Filipe Santos;
- Izabelle Sobrinho;
- Laís Moíre.
Obrigado pela animação, por terem comprado a ideia e se arriscado a jogar um jogo diferente. Vocês produzirem uma história fantástica e fizeram a diferença!
Para quem foi, o que acharam do Gygax Day Brasil ? Sobre a aventura, caso tenham alguma dúvida basta nos perguntar aí em baixo nos comentários, ficaremos felizes em responder. Sucesso e até mais.